quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Café com leite - Antônio Maria

É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem chegue, como barco fadigado à sua enseada de retorno. Ocorpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualíssimo amor do corpo.
Como se deve ser triste a vida dos homens que têm mulheres de tarde em apartamentos de chaves emprestadas, nos lenóis dos outros! Como é possível deixar que a pela da amada toque lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é blíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves.
Para os chamados "grandes homens" a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e cerra os olhos com toda a força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um "pequeno homem".
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legitimo quando, depois, se pega no sono. E a um complemente venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento do café com leite dos amantes, com satisfaão do prazer cumprido.
No mais, tudo é menos. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliaria, a ioga, todo asceticismo da ioga... tudo é menos. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina.
Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A minha.

Não sei ao certo que vazio é esse dentro de mim. Ele me deixa ansiosa para completa-lo, mas para mim ele continua sendo uma incógnita. Tento procurar um rumo, um sentido, mas transborda uma insensatez enorme de mim. Talvez se eu conseguisse compreender essa minha indiferença por sentimentos repentinos...
A palavra amor, para mim tem que ser dita de boca cheia, não só com algumas partes da língua...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Na flor da Pele.

[Em consideração e divindade aos diversos textos que tenho em meus cadernos velhos vou recomçar transcrevendo um que muito gosto, pois me traz boas sensações.]

Abro meu peito e deixo-te me amar. Perco meu sono com o despertar do teu beijo. Posso sair de órbita quando tenho teu corpo sobre o meu. Posso morrer pro resto do mundo quando tenho tuas mãos em mim e posso reviver quantas vezes quiser quando escuto tua respiração ofegante.
E me arrepia só de fechar os olhos, posso sentir teu corpo e suspirar de prazer.
Quero te amar quando for minha, não me importa o resto do mundo desde que seja eu e você quando estivermos a sós.
Me surpreendo, me descubro e me sinto mulher; me sinto viva e é o que basta.
Como se fosse a primeira vez que a minha pele entra em atrito com a tua, como se fosse a primeira vez que eu sentisse teu calor.
Basta deitar no teu peito e saber que ali estamos a sós e que ão há nada no MUNDO inteiro além de nós.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Branco Chevette.

Fui numa viagem muito loca onde eu nem sabia que templo guardava meu corpo.
A vida tem dessas, dessas de me ir de me voltar.
O bom do mar gente é nadar no desconhecido sem requisitar nenhuma área que pareça perigosa.
Não me lembro de nomes só de rostos, vagamente.
O melhor era aquele som que batia no meu corpo fazendo com que eu sentisse todas as camadas da minha pele movendo-se aleatoriamente, e aquele chevette que parecia parte do chão, fazendo curvas tenebrosas a muitos quilômetros por hora nessa cidade de muitas luzes, luzes distantes, luzes que saiam dos postes, luzes reais e inexistentes.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tão perto e tão longe.

Alessandra se olhava no espelho do banheiro com uma grande sensação de algum tipo de sentimento que sentia. Mesmo não sabendo intitular aquilo, era algo que a inquietava o corpo inteiro.
Góli a olhou como se pudesse compreender algo como quem conviverá a muito tempo.
Posou seus olhos a mirar algo que não lhe cheirava bem porém participava de muitas coisas que ele muito entendia.
-Que foi amor?
Perguntou como se avistasse a alma.
Alessandra sentiu adormecer o lado que pensava, e estatelou os olhos contra a parede.
-Como? Acha que ha algo errado?
-Sim eu acho, é impossível não reparar.
-Pois não há. Lhe dou minha verdade.
E realmente havia um ar diferente no clima e Góli sabia que existia alguma possibilidade de Alessandra ter respondido aquilo como se limitasse o conhecimento do próprio companheiro, como se ele não tivesse desvendado demasiadas coisas sobre o jeito e o mundo que somente ela habitava.
-É mesmo; você nunca molha o cabelo antes de dormir e vejo que hoje você nem ao menos se preocupou em deixar a água cair sobre algumas partes dele.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Não importa o quão grande seja a felicidade ou quantas dela há
mas sim ser feliz.
Logo não importa se terás teu coração por inteiro ou só pela metade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Clarão

Desde pequena eu sempre soube que vivia pra viver desafios. O tempo passou e a diferença hoje é que eu não cresci muito, digo continuo a mesma nanica de sempre.. E sei que os desafios são grandes, maiores que eu.
Tudo aquilo que há de novo assusta, machuca, retrai. Comigo hoje é diferente. Quase nada mais é tão surpreendente, não tem graça.
Posso ter sido ingênua, boba e fútil, mas sempre sincera e me orgulho profundamente por isso, pois as pessoas que mentem pra si mesmo nunca saberão realmente o que elas são e no que elas poderão vir a se tornar. Nunca sentirão a dor de algo que dói muito e nunca saberão como é chegar num dia tão esperado, tão acreditado.
Me orgulho de ser quem sou, mesmo as vezes não sabendo direito, e as vezes sendo tão surpreendente para mim mesma, sou completamente apaixonada por mim. Aprendi  que o segundo impacto não é mais tão impactante quanto o primeiro, pois o coração não acelera, as mãos não soam frio, e a ansiedade passa longe.
Estranho é desconhecer o bem que faz a dor, que sentimentos vão e vem, e eles percorrem milhas dos nossos corpos.
Hoje  não fico gastando meu tempo e me preocupando em saber como vou sobreviver.
Engrossei.
A vida me propôs tudo ou nada, e eu; sou um alguém que precisa de poucos milésimos pra pensar e escolher algo. Não me importo com o que virá amanhã, na verdade me importo, me importo muito, pois trato o hoje muito bem, automaticamente.
E graças, graças a Deus, posso dizer com toda firmeza que sou uma pessoa iluminada.
Sou grata pela vida, ela foi rude comigo, órfã de carne, mas sempre foi meu pai e minha mãe, pai pelas brocas, choros e proteção, e mãe por todas as vezes que me pegou no colo e mostrou-me o melhor caminho.
Nunca fiz as melhores escolhas mas escolhi aquelas que me tornaram melhor.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Estávamos tão perto quanto o que podia me fazer sentir o som daquilo que eu não queria ouvir, daquele mundo em que me prendi. Quis me sentir melhor; por algum segundo pude ser eu sem ser o que eu sempre fui, e agora o que restou; sobrou. Angústia.
De um certo modo eu nunca sei o caminho de volta, eu nem sei voltar, mover; Volver. A instantaneidade de poder estar longe e fora, dentro e perto, sozinho e sereno, pesado e concreto; e por mais obscuro que seja qualquer momento seguido, será movido as sobrecargas enterradas onde somente o impulso poderá encontrar.
Eu nem sei o que digo, o sentido nem sei. Sei descontrolar um passe bem controlado e entregar o jogo como um boa perdedora que posso chegar a ser. uma situação se torna ridícula apenas por existir; nos tornamos ridículos infinitamente por não perceber.
Sentimentos aniquilados, frios e sem sentidos morais.

domingo, 2 de maio de 2010

A marca obscura.


Até alguns minutos atras eu não sabia o motivo do qual dei o "Algumas mortes duram para sempre" como titulo ao meu blog, já há algum tempo.
Então descobri contraditoriamente que continuo vivendo minha morte, pois por mais que as pessoas se agonizem ao ver o sentimento que transparece em mim, eu já estou mais que adaptada a ele. As manifestações que se veem é nada mais que a reação de novamente estar me entrelaçando com ele.
Agradeço a Deus todos os dias pelas maravilhosas pessoas que ele coloca em minha vida, mas eu sou assim mesmo eu sei demonstrar carinho não sabendo, não querendo. 
Foi a vida a minha grande culpada, mas foi ela também que sempre me deu berço e proteção, se não ela me acolher, quem mais?
Se não ela me proteger e me mimar no sereno vazio e frio da noite, quem mais ia me aquecer? Se não ela me dar um coração que bate e bate sem saber, eu não seria capaz de me manter firme na minha longa jornada e um dia poder dizer com orgulho a ela que eu fui sim capaz de guerrilhar pela minha mesma Eu.
Realmente um pouco de amargura da sentido na vida.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

No tit

Tava mesmo demorando pra tudo voltar a ser como era...
Eu não sei qual sera o rumo desta vez, só espero que não seja tão
desastroso como foi da última.
Hoje senti falta de algo que nunca tive, e não me adianta fazer ilusões achando que sim.
Talvez esse tempo que será vivido aqui vá me mudar de novo, talvez muito doce não seja preciso, um pouco de amargura dá sentido na vida.
Embora eu derrame gotas de algo que flui no meu peito e que eu não sei explicar o que é, acredito que temos de continuar vivendo pra ver onde isso tudo irá dar no final.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sintaxe

O fato é que meu coração transborda euforia quando meu pequeno vem e exige minha proteção, me abraça e diz me amar..
Quando ele puxa meu cabelo com satisfação vendo meu sorriso debochado, e em seguida me dá aquele estalinho com gosto de maça do amor que só ele sabe dar.
Ciumento que só, não atura olhares alheios, e logo cola em mim pra que eu não tenha sequer tempo para apreciar algo gracioso.
Mas confesso que não há melhor sensação do que a de estar materializada, sentir os pés quase pregados ao chão e sentir-se suficientemente capaz de dar seu melhor a qualquer hora, pronta pra suprir toda e qualquer necessidade daquele eterno amor, que se torna tão robusto desenvolvendo o altruísmo entre ambos.
Até onde sei, não há nada melhor do que as surpresas que o amor fornece, todos os dias, nos pegando desprevenidos, vulneráveis e sensíveis...

Viva o AMOR ♥

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Indecisão.

Quando aquele lance que você imaginou que seria Ô Lance se transforma num rolinho água com açúcar mais gelo, as esperanças de que pelo menos as coisas fiquem mornas vão se evaporando pouco a pouco. Sendo assim, o príncipe sem atitude, com mil e algumas dificuldades de se expressar acaba virando mais um sapinho na sua lista.
O problema surge quando então você desconfia que anda pensando nele.. O problema não é nem pensar, é que você já se preocupa com o que ele esta sentindo, e por isso sem notar nenhuma atitude significante do garanhão acaba ficando desnorteada.
Nessa hora com inúmeras teorias vagando simultaneamente dentro da sua perturbada cabeça, seu raciocínio que andava embaralhado com tanta melação, acaba trabalhando até demais, sua amiga que o diga.
Apesar de não sentir aquele fogo da paixão, você devora o beijo quando pode e pira com a pegada... Mas sofre com o autismo do gato.
Tentando definir o que realmente esta havendo você imagina a possibilidade de que isso não passe apenas de uma amizade confundida, só que não pode deduzir nada já que o garoto não se manifesta...